Foi em plena rádio que o “mais velho” contou os pormenores mais surpreendentes sobre a sua vida dentro e fora da música. Bangão é um dos nomes mais importantes da música angolana.
Bangão começou por contar a sua versão da história polémica cujo teor acusava-o de “caluteiro”. A história envolvia uma muambeira que o acusava de não ter pago a mobília que supostamente Bangão lhe tinha encomendado. “Este caso já aconteceu há quase seis anos. Começou quando fui a casa do Lulas da Paixão e fiquei encantado com a sua mobília e logo quis ter a mesma nos meus aposentos.”, conta.
O cantor explica que Lulas da Paixão deu-lhe o contacto da senhora, a quem contactou posteriormente. “Ela viajou para a Namíbia e no regresso ficou impedida de me entregar por não ter transporte nem dinheiro para ter o comércio autorizado. Por não ter como continuar com o seu negócio a senhora recorreu à minha ajuda.”
O “mais velho” desabafa que disponibilizou-se a ajudá-la. “Dei-lhe o dinheiro e transporte para que ela me pudesse entregar o que eu queria comprar. Nesse entretanto, ela decide incluir outras coisas que não estavam no meu plano, as quais eu mesmo contrariado assim comprei.”
“Paguei-lhe só que não pedi um documento que justificasse.”, explica. “Ela por maldade, ou outros objectivos começou a espalhar que eu não tinha feito pagamento e exigia mais dinheiro, inclusive foi às rádios e até chorou. Para que as coisas não ficassem assim eu voltei a pagar-lhe e dei entrevistas com ela a desmentir o que ela andava a dizer e resolver essa história metendo um ponto final.”
Sobre os rumures que dizem que as suas letras são escritas por Lulas da Paixão, o mais velho do semba desmentiu e confirmou que ele próprio escreve as letras com o auxílio da esposa. Bangão contou que durante trinta anos a sua companheira tem sido o grande suporte da sua carreira pois a maioria das suas letras têm ideias dela. “Ajudou-me a escrever músicas como “Pacheco”, “Fofoqueira” e “Fofucho”. A minha mulher é uma grande liricista.”
Questionado sobre os seus relacionamentos amorosos, o músico disse que neste momento tem duas mulheres que vivem na mesma rua, e que nunca escondeu isso porque é fiel às suas duas parceiras.
O “cota” admitiu ainda que no passado foi um “engatatão” porque na juventude teve uma grande decepção amorosa: a sua primeira mulher, mãe dos dois filhos mais velhos e grande amor da sua vida abandonou-o deixando grandes feridas, motivo que o fez mudar radicalmente. Foi por causa desse trauma que começou a consumir álcool de forma excessiva e ficou nesse ritmo triste durante sete anos. “Estava perdido e só parei quando encontrei a minha companheira actual. ” Bangão também confessou que a música “Minga” é dedicada à sua primeira mulher, pois é lá onde ele fala tudo que queria dizer-lhe.
O que muitos não sabem é que o seu nome verdadeiro é Bernardo Jorge Martins Correia e que neste momento está com cinquenta e dois anos de idade. O seu nome artístico surgiu na juventude, dentro do seio familiar: “Os meus pais eram cristãos e determinavam que devia estar sempre ocupado a estudar e a frequentar a igreja e isso obrigava-me a estar sempre vestido a rigor. Isso para os outros jovens era estranho, então passaram a chamar-me de “Bangão” . O termo que na altura era usado como estiga, hoje tornou-se na sua marca. O artista na mesma senda revelou que até hoje nunca usa o mesmo fato e por isso tem milhares em casa. Para além disso não compra os fatos na loja, são feitos à medida, pois os seus vários estilistas já conhecem bem os seus gostos.
Para fechar Bangão deu a conhecer o motivo pelo qual anda ausente dos palcos. O cantor está a gravar o seu novo álbum que será lançado no dia 15 de Junho, seguindo-se um show de apresentação do disco com um leilão de vários dos seus fatos.
Fonte: Banda.sapo