A subida do preço das propinas virou dor de cabeça para muitos estudantes universitários se não todos. Alguns por motivos financeiros viram-se obrigados a trancar o ano ou a desistir da Universidade e outros com família para sustentar, chegam a pagar uma propina mais alta que o próprio salário.
Segundo o despacho do Ministério do Ensino Superior publicado em diário da República no dia 6 de Fevereiro, para o presente ano acadêmico as instituições de ensino universitário devem ter como propinas e emolumentos os mesmos valores praticados em 2014.
Mas parece que este despacho não está a ser levado à sério porque maior parte das universidades em Luanda e não só aumentaram o preço das propinas e justificam este aumento com a subida do preço do dólar.
É o caso da Universidade Metropolitana de Angola e da Metodista onde os preços variam dos 26 aos 35.750kz.
“Estão a nos roubar, as propinas aumentaram de 26 à 32 mil e não só, tudo na faculdade aumentou as cadeiras antes não se pagavam e agora se paga 5200 e ainda por cima mensalmente”, desabafou Shenia Benjamin estudante do curso de jornalismo da Metropolitana em entrevista ao nosso portal.
Para além destes emolumentos na IMETRO, as declarações com e sem notas passaram a custar de 1000 à 2000kz e de 4800 à 5250.
Segundo Marcolino Franco funcionário da tesouraria da IMETRO as propinas não subiram simplesmente o dólar subiu. “os estudantes pagam em dólar e eles não sabem disto, por isso não entendem” disse o funcionário em entrevista ao nosso portal.
Com esta afirmação alguns estudantes questionam: “se o dólar baixasse à mil kz será que pagaríamos as propinas a este preço?” Adão Clever estudante de electrónica da mesma instituição.
Outros estudantes que vivem o mesmo inferno são os da Universidade Metodista, Umba Maria, Dorca Armando entre outros estudantes afirmam que na Metodista as propinas variam dos 27 aos 33 mil kz, mas isto não é nada comparado aos 40 mil kz que os estudantes da Luziada pagam desde o princípio do ano.
“Na Metodista a propina subiu 33.750kz e ninguém diz nada, nem parece que é uma universidade religiosa” lamenta Dorca Armando estudante da referida instituição.
De acordo com o vice-presidente da Associação Angolana dos Direitos dos Consumidores, Lourenço Teixe, as razões que as instituições alegam do aumento do valor da propina não têm fundamento e afirma que estas podem ir à tribunal.
“Se elas recorrerem as instituições oficiais para fazer o seu câmbio vão verificarBB que afinal as coisas não estão assim tão mal para o lado delas, aliás, isto não é justificação para subir a propina, sendo certo que, não é de iniciativa deles próprios” disse.
O vice-presidente apelou desta forma, ao INADEC, instituto Nacional de Defesa do Consumidor, a inspeção Geral do Comércio, a própria área do Ministério do Ensino Superior, tendo em cone que o seu despacho faz alusão ao facto que os seus órgãos de fiscalização deverão trabalhar para fiscalizar o cumprimento do referido despacho.