A angolana Carmen Mouro não conseguiu segurar a emoção de desfilar pela primeira vez no carnaval de São Paulo. Ela tornou-se na primeira rainha de bateria estrangeira a representar uma escola. À frente da bateria da Pérola Negra, Carmen diz que caprichou nos ensaios para mostrar que também tem samba no pé.
Emocionada, a angolana Carmen Mouro não conseguiu esconder a emoção quando abriu o desfile por volta das 23h45 de sexta-feira (2h45 de ontem em Luanda), no Sambódromo do Anhembi, zona norte da capital paulista. Carmen Mouro tem uma ligação muito forte com o Brasil, pois já viveu lá por mais de 10 anos. “Angola e Brasil têm tudo haver. A minha identificação com o Brasil é enorme. É uma cultura só”. Confessou a Empresária de 38 anos e mãe de três filhos.
A Rainha angolana emocionou-se também ao ver o carro alegórico com a Palanca Negra Gigante símbolo do nosso país ( Angola). “ Não sei explicar, é algo único e espectacular, não sei explicar, chorei quando vi a minha escola, os carros alegóricos e o público. Fui muito bem recebida aqui e fiz o meu máximo inclusive para sambar. Esta foi a primeira de muitas, o próximo ano estarei aqui de novo”, garantiu Carmen Mouro no fial do desfile.
A primeira Rainha estrangeira na história do carnaval brasileiro, chamou a atenção de toda imprensa mundial, tendo sido cercada por todos antes mesmo de entrar na avenida. Carmen Mouro desfilou com uma fantasia representado a natureza.
Nascida em Benguela, Carmen Mouro viveu no Brasil durante nove anos com a família que fugiu da guerra civil, morou também em Portugal e desde 2007 vive em Angola. Agora voltou ao Brasil a convite de Camila Quintino, com quem trabalha e que já foi rainha de bateria da Pérola Negra.
A Pérola Negra apresentou este ano a história do seu local de origem, a Vila Madalena, bairro boémio da zona oeste da cidade de São Paulo.