Dólar nas ruas de Luanda começa 2017 a subir para 500 kwanzas


O preço para comprar um dólar nas ruas de Luanda subiu nos primeiros dias de 2017 até aos 500 kwanzas (2,90 euros), tocando máximos desde outubro, segundo uma ronda feita ontem pela Lusa na capital angolana.

O preço praticado no mercado de rua, após o pico de junho, acontece enquanto o acesso a dólares ou euros nos bancos angolanos permanece com fortes limitações, sendo por isso uma alternativa para muitos cidadãos, nacionais e estrangeiros, que necessitam de divisas.

As ‘kinguilas’ de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, um negócio ilegal, afirmam que permanece escassa a quantidade de moeda nacional e de dólares no mercado.

A venda de cada dólar estava hoje fixa nos 485 kwanzas no bairro do São Paulo, nos 490 kwanzas no bairro dos Mártires de Kifangondo e na Mutamba, enquanto as ‘kinguilas’ do Maculusso transacionavam a nota a 500 kwanzas.

Na semana anterior, algumas destas ‘kinguilas’ chegavam a transacionar cada nota de dólar a 480 kwanzas, conforme ronda feita então pela Lusa.

Face à falta de dólares, nacionais e estrangeiros voltam-se para o mercado de rua para comprar divisas, embora a taxas especulativas, que até já estiveram próximas dos 600 kwanzas por cada dólar em agosto e julho, depois de máximos de 630 kwanzas em junho.

A inflação também se ressente desta conjuntura e os preços a 12 meses ultrapassaram, segundo o Instituto Nacional de Estatística angolano, os 41% de aumento, até novembro.

O Banco Nacional de Angola (BNA) garantiu no início de dezembro que não prevê qualquer nova desvalorização do kwanza, face à “tendência de estabilidade” dos preços, contrariando uma recente sugestão do FMI.

“Tendo em conta a tendência de estabilidade do nível geral dos preços e consequentemente a desaceleração da taxa de inflação mensal, o BNA reafirma o seu engajamento na preservação do valor da moeda nacional, razão pela qual não haverá desvalorização do kwanza”, lê-se num documento do banco central angolano.

AR/Lusa


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