O Real Madrid garantiu nesta terça-feira a presença na final da Liga dos Campeões, ao derrotar no Allianz Arena o Bayern de Munique por 4-0, em jogo da segunda mão das meias-finais, depois de já ter triunfado no primeiro jogo, em Madrid, por 1-0.
Não foi fácil, mas o Real Madrid fez parecer ser. Com um baile tático e físico, o time espanhol, de Cristiano Ronaldo e companhia, mostrou frieza diante do “inferno” prometido pelo adversário e fez o Bayern de Munique comer poeira. Os comandados de Guardiola foram inferiores durante toda a partida, e não conseguiram frear os merengues, que aplicaram uma histórica goleada por 4 a 0, na Allianz Arena, e vão à final da Liga dos Campeões da Europa pela primeira vez após 12 anos, em busca do sonhado décimo título da competição.
O clima de inferno, prometido pela torcida e diretoria do Bayern, estava lá, desde o começo. Foram 67.500 vozes gritando a plenos pulmões para apoiar time alemão. Mas foram necessários apenas 19 minutos para três homens aparecerem com um gigantesco balde de água fria, apagarem o fogo e calarem o estádio.
Os três algozes do Bayern foram Sergio Ramos, que marcou de cabeça os dois primeiros gols da partida e se vingou do goleiro Neuer, após ter sido zombado pelo alemão, quando perdeu um pênalti na eliminação de dois anos trás; o técnico Carlo Ancelotti, destruidor no duelo tático com Guardiola; e, claro, Cristiano Ronaldo.
O português fechou a goleada: no primeiro tempo, marcou em rápido contra-ataque e celebrou mais um recorde em sua carreira com a alegria de uma criança que acabava de ganhar um presente que buscava há muito tempo. Dançando e fazendo o número 15 com as mãos, Ronaldo gritou ao mundo que é o maior artilheiro da história em uma só edição da Liga dos Campeões. Aos 44 minutos da etapa final, brilhou de novo: em uma cobrança de falta genial, bateu por baixo da barreira, à la Ronaldinho Gaúcho e definiu a goleada. São 16 gols em 10 jogos nesta temporada da Champions.
A actuação do Bayern de Munique foi constrangedora. O actual campeão da Liga foi um time inofensivo e apagado durante quase todo o jogo. Guardiola não conseguiu fazer os ajustes necessários para tornar seu time mais agressivo que na partida de ida.
Do outro lado, Ancelotti melhorou sua equipe, que desta vez não foi submissa. Taticamente, continuou explorando somente os contra-ataques, mas melhorou a marcação. Mérito do italiano, que soube usar a principal característica de Guardiola contra o espanhol. O Real Madrid marcou só no ataque e na defesa e deu todo espaço do mundo ao meio do Bayern. Dali, não saiu nada, porque o time pouco chuta de fora da área, e assim ficou mais fácil ao Madrid reduzir os espaços mais perto do gol.
Os “merengues” têm, assim, garantido um lugar na final que se vai disputar no Estádio da Luz, em Lisboa, a 24 de Maio, esperando agora pelo segundo finalista, que irá sair do embate entre o Chelsea e o Atlêtico de Madrid.