Em sua edição desta semana, a prestigiosa revista “The Economist”, especializada em finanças e política, não em futebol, publicou uma reportagem em que sentencia que os gols de Messi têm mais importância do que os marcados por Cristiano Ronaldo, classificando o argentino como “Most Valuable Goal Scorer” (Artilheiro mais valioso, em inglês) em 2013 e 2014.
A eterna discussão sobre quem é o melhor jogador de futebol do mundo atualmente ganhou mais um ingrediente. Numérico, estatístico, mas ainda assim questionável, dependendo da preferência do fã.
Como assim? A revista tomou como base o índice EPA (Expected Points Added, pontos adicionais esperados, em inglês), cálculo que dá peso aos golos dependendo da situação em que são feitos. Garantir a vitória aos 90 minutos, por exemplo, é mais importante do que balançar a rede duas vezes quando o time já vence por 3 a 0.
Nesse cálculo, os 105 golos de Cristiano Ronaldo nos últimos dois anos chegam a 41,6 de EPA, estabelecendo a média de 0,40 EPA por cada um. Enquanto isso, os 86 de Messi lhe dão 40,3 de EPA, com média mais alta de 0,47.
A revista dá exemplos. CR7 fez dois golos no Bayern de Munique nas semifinais da última Liga dos Campeões, o que contribuiu para aumentar seu índice. Mas, os dois que marcou na vitória por 4 a 0, na Alemanha, foram quando os merengues estavam já em vantagem por 2 a 0. Na decisão, o português também balançou a rede quando o time tinha folga no placar, fechando o placar em 4 a 1 na prorrogação.
Enquanto isso, Messi “mostrou seu grande talento quando contava”, segundo a revista. Em cinco situações diversas entre 2013 e 2014, fez o golo decisivo da partida nos últimos 20 minutos. Mesmo com 20% menos em quantidade em relação a CR7, o argentino compensou com o peso de 20% no caráter decisivo.
Ao levar em conta a importância das partidas, a superioridade de Messi no EPA fica maior ainda. Dispara a 59,5, com média de 0,69 por golo, enquanto o de Cristiano Ronaldo fica em 50,4, com 0,48 por golo. Pesam muito nessa conta os quatro marcados pelo argentino na última Copa do Mundo, todos decisivos para o resultado final. No Brasil, o português balançou a rede apenas uma vez, quando fez o segundo na vitória por 2 a 1 sobre Gana, no último jogo da primeira fase, mas não garantiu a classificação lusa os oitavos de final.
Por:AR/GloboEsporte