Mundial de 2022, no Catar, já matou 382 trabalhadores, diz site


Novos documentos revelaram um dado chocante do Mundial 2022, planejada para acontecer no Catar: só em 2013, 185 operários morreram, todos imigrantes do Nepal.

Em Doha, delegação da Fifa olha maquete de estádio para o Mundial no Catar

O mundial 2022, no Qatar, deve mesmo ser disputada no inverno local, e mudar para um período entre novembro e janeiro. Porém, o torneio no país já trouxe várias polêmicas. E algumas bem mais sérias do que as altas temperaturas durante o verão, que causaram ameaça de boicote. Algumas delas envolvem trabalho escravo, mortes por falta de condições, exploração e abusos, além de possível compra de votos.

Em relação ao trabalho escravo, as denúncias foram feitas pelo jornal “Guardian” no fim de setembro.

Segundo o jornal britânico The Guardian, nos últimos dois anos foram 382 mortes confirmadas, mas novos casos devem vir à tona. Também há trabalhadores da Índia, Paquistão e Sri Lanka.

Em Doha, no Catar, operário trabalha nas obras do Mundial 2022

Os operários são expostos a longas jornadas de trabalho e lidam com um ambiente de trabalho pouco seguro e carente de infra-estrutura adequada.

Há relatos de condições análogas à escravidão nas obras do Mundial. Passaportes são confiscados e os salários são retidos pelos chefes durante meses. Tudo isso com um calor de 50 graus Celsius sobre a cabeça.

O Guardian tinha investigado que, entre 4 de junho e 8 de agosto de 2013, 44 tinham morrido por conta de acidentes de trabalho, ataque cardíaco ou outros problemas do coração.

Muitos se machucam seriamente ou morrem após caírem de grandes alturas. Outros se suicidaram.

Os nepaleses são a sexta força de trabalho imigrante no Catar, que tem cerca de dois milhões de pessoas nessas condições.

Entidades do Nepal agora estão lutando para trazer adequadamente os corpos dos trabalhadores de volta para o país, para serem entregues à família,

Pressionada, a Fifa garantiu que não vai tapar os olhos na questão dos trabalhadores e vai pressionar o ministro do trabalho do Qatar para resolver a questão.

Em 2011, a entidade tinha garantido que iria trabalhar junto da International Trade Union Confederation para zelar pela segurança dos operários envolvidos com os jogos.

O governo do Catar garante que está pressionando as empreiteiras a respeitarem as leis trabalhistas. Segundo o Ministério do Trabalho local, “pelo menos 99%” das empresas estão cumprindo a lei.

Previsão assustadora

Segundo um relatório da International Trade Union Confederation, até o fim das obras 4 mil trabalhadores imigrantes podem morrer no país, quase 12 por semana.

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