O empate frente ao Senegal não deixou ninguém contente. E A BOLA foi falar com o homem que conduziu os Palancas Negras ao único Mundial da sua história. Também ele está desiludido com o que viu no Estádio 11 de Novembro. E não se coíbe de indicar o caminho para que as coisas mudem. Porque é preciso mudar…
Como analisa a igualdade a um golo conseguida pela Seleção no encontro com o Senegal? Compromete o sonho de estar presente no Mundial?
Em primeiro lugar, o resultado não foi bom. Se tivéssemos vencido ficávamos um ponto à frente do Senegal e do Uganda. Não aconteceu. Jogámos francamente mal e não conseguimos ser superiores a um adversário que demonstrou muitas fragilidades. Faltou atitude à Seleção.
Ainda acredita que a passagem à próxima fase é possível?
Matematicamente é possível, por isso continuamos na luta. Angola tem tido alguma sorte nos últimos torneios, como na qualificação para o CAN do ano passado. Se calhar até acabaremos por ter a estrelinha da sorte.
Como vê as críticas ao selecionador, Gustavo Ferrín?
Fiquei com a ideia de que o selecionador não conhece os jogadores. Se os conhecesse teria construído uma seleção melhor, mais competitiva, ambiciosa e competitiva.
Acha que Gustavo Ferrín tem condições para continuar, mesmo se Angola não se apurar?
Angola foi contratar um treinador que estava talhado para futebol jovem, não para futebol profissional. Há que ter paciência para que o selecionador consiga trabalhar. Ele não se ofereceu, foram buscá-lo. Gustavo Ferrín também não estava habituado às dificuldades que Angola e a seleção angolana têm. Mas trocar de treinador constantemente não resolve o problema. É preciso que o selecionador seja humilde, veja onde estão os erros e aprenda com eles.