Depois de 13 anos, impedido de praticar ou exercer qualquer actividade desportiva profissional, o antigo capitão da Selecção Nacional de Futebol está livre da sanção. O clube Al Wakrah do Qatar perdoou a dívida do angolano, de mais de 250 mil dólares e consequentemente o mesmo foi retirado do “castigo”.
Desde o princípio desta semana, o ex-jogador está em Qatar e, até foi recebido pelo Presidente desse país do Médio Oriente. Após conversações com a direcção do clube, veio o entendimento. A equipa decidiu retirar a queixa, que acabou com a confirmação da FIFA do término do castigo.
No seu perfil da rede social Instagram, o ex-craque nacional fez saber através de um vídeo onde aparece a assinar uns documentos, que finalmente está livre do castigo imposto pelo seu clube e pela FIFA.
“Este post, hoje, é diferente. Muito diferente. Isto, porque quero partilhar este momento de enorme alegria com todos os que acompanham a minha carreira e a minha luta ao longo destes longos anos. Encontro-me, neste momento, no Qatar! Fui convidado para gravar um programa televisivo alusivo ao Mundial 2022 e aproveitando esta oportunidade, finalmente, consegui pôr fim ao castigo imposto pelo meu clube e à interdição pela FIFA”, começou por expressar.
Akwá salientou que foi difícil acreditar no que tanto desejou e sublinhou que agora poderá andar de cabeça erguida.
“É verdade… hoje estou livre! É estranho como, quando desejamos tanto alguma coisa, a força de tanto querer, nos custa a acreditar quando isso se torna realidade… será do tempo que nos habitua a dor ao ponto de esta passar a ser uma companheira e quase fazer parte de nós. Finalmente, a partir de agora, poderei voltar a caminhar de cabeça erguida!”, escreveu.
O ex-jogador acrescentou, “Quero realçar o modo como, após tanto tempo, fui recebido carinhosamente no Qatar, pelos clubes em que joguei. Foi surpreendente e magnífico! Acho que nunca tive a verdadeira consciência da dimensão do reconhecimento que me foi concedido”.
Para terminar, o ex-capitão da Selecção Nacional, falou do aprendizado que teve no processo da sanção e recordou-se das palavras que recebeu e contou os detalhes do tão aguardado perdão.
“Neste regresso ao Qatar, aprendi que a humanidade é interdependente e que a nossa felicidade individual está intimamente ligada ao bem-estar dos outros. Não é possível sermos felizes se as pessoas que consideramos e estimamos não estiverem bem. Foi esta a simples e enorme lição que recebi. Disseram-me que nunca poderiam estar bem enquanto alguém que lhes tinha proporcionado tantas alegrias estivesse a passar por este castigo. Assim, pondo de lado os seus interesses, assumiram que iriam esquecer tudo. E, ao contrário de todos, os que durante a minha vida, com palavras vazias, me foram prometendo e garantindo que iriam ajudar, estes, simplesmente, cumpriram. Finalmente, percebi o que é sentir-se verdadeiramente valorizado e a elevação de espírito necessária para compreender genuinamente o sofrimento do outro. Isto é que representa uma mentalidade construtiva e desenvolvida. Não é por acaso que o Qatar é o país que é… agradeço também a todos que, solidariamente e sinceramente, acompanharam-me e em especial a Deus Pai! A todos um forte abraço de gratidão por tudo”.
Recorde-se que Al Wakrah do Qatar tinha feito uma queixa à FIFA por se sentir lesado nos termos do contrato celebrado com Akwá. A FIFA deu razão ao clube, condenado o angolano a pagar uma multa de mais de 250 mil dólares.