A selecção angolana sénior masculina de basquetebol foi destronada este domingo, em Radés, do topo da modalidade pela Nigéria, após derrota por 65-74, na final da 28ª edição da Taça de África das Nações “Afrobasket2015”, realizada de 19 a 30 de Agosto, na Tunísia.
Inferiores ao adversário em todos os capítulos do jogo, os angolanos pouco tinham a fazer numa final em que chegaram com sérios problemas de identidade do seu basquetebol, os quais dificilmente não afectariam, tarde ou cedo, no rendimento da equipa.
Na instável caminhada ao encontro dos nigerianos, na final, o cinco nacional teve mais momentos baixos do que altos, começando por praticar um basquetebol incaracterístico que o levou a resultados pouco convincentes face a adversários de pouco nível.
O grupo passou, de forma negativa, por factores relevantes ao desempenho de uma selecção em provas do género, como fraca qualidade técnica, ineficiência e indisciplina, alegadamente táctica, valores que se viram invertidos, ou talvez esquecidos, em detrimento de resultados positivos que foram surgindo na etapa eliminatória, frente a República Centro Africana (RCA), Egipto e a anfitriã, Tunísia.
Mas como a verdade vem sempre ao de cima, no momento mais decisivo da prova tudo regressou ao princípio e à equipa angolana, comandada tecnicamente pelo espanhol Moncho Lopez, voltou a faltar verdadeira estrutura, coesão, atitude, disciplina táctica e sobretudo eficácia defensiva e ofensiva.
No Pavilhão Multidisciplinar de Radés, o conjunto nacional revelou-se incapaz de provar a superioridade teórica que trazia, permitindo que se lhe retirasse o troféu resgatado em 2013, em Abidjan, na Cote d’Ivoire, e nem mesmo o apoio de cerca de 200 cidadãos saídos de Luanda ajudou.
Intermitentes na prova, os hendeca-campeões baquearam ante a bem estruturada Nigéria, numa partida em que apenas despertaram na recta final, com triplos sucessivos.
Até aos quatro minutos do segundo período as coisas ainda pareciam bem para os então detentores do título, pois o placar registava números equilibrados como os empates a 7, 14, 16 e 19 pontos, mas o nigeriano Chamberlain Oguchi, considerado jogador mais valioso do torneio (MVP), com alguns triplos e Al-faruq Aminu, com um “smash” ante a oposição de Eduardo Mingas, colocaram o resultado em 21-27, dando outro alento a sua equipa.
Daí em diante, a selecção nacional já não se reencontrou e chegou a estar em desvantagem de 17 pontos (39-56).
Os insuficientes 13 pontos marcados no primeiro período, 11 no segundo e 12 no terceiro espelham a fraca produtividade e qualidade da selecção.
A apatia do grupo e dependência de alguns triplos contrastavam com a eficácia do adversário, que, com base no jogo exterior e defesa aguerrida (com as variantes zona e homem-a-homem), não teve dificuldades para conquistar o seu primeiro título africano da história e adiar o sonho de os angolanos marcarem presença nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro2016, no Brasil.
Carlos Morais com 17 pontos, Yanick (13), Braúlio (12), Ndoniema (9) e Mingas (8) ainda “remaram contra maré”, mas Oguchi (19), Lawal (12), Al-faruq Aminu (11), Bem Uzoh (10), Andy Ogide (10) e companheiros não deram hipóteses e vingaram-se das derrotas sofridas diante dos angolanos nas finais dos Afrobasket de 1999, em Luanda, e 2003, em Alexandria, no Egipto.
Contentando-se com a quarta medalha de prata em 19 edições, Angola deverá disputar o torneio pré-olímpico para tentar o apuramento aos Jogos do Rio2016, para o qual a Nigéria está qualificada.