Daniel Vilola Francisco, mais conhecido artisticamente por “Costa ou Ti-Magalhães”, nasceu aos 24 de Agosto de 1983. O humorista acabou de se formar em Relações internacionais, na especialidade de “Política Cultural” pela Universidade Técnica de Angola (Utanga), tendo o curso durado 4 anos.
“É um sonho trabalhar na área em que me formei, mas a minha carreira artística está numa fase que ainda não permite.”
Bastante animado e divertido, Costa falou um pouco de si com espontaneidade e da sua vida profissional e académica á Angorussia!
ANGORUSSIA: Foi fácil conciliar a vida de figura pública com a vida de estudante?
Daniel Vilola: Não foi fácil conciliar a vida de figura pública com a de estudante por diversos factores, um deles foi o facto de que as pessoas na minha turma não conseguiam dividir o artista do estudante, e isso dificultou-me um pouco.
AR: E sobre a conciliação das apresentações dos Tunezas com os estudos?
D.V: Este foi um dos maiores obstáculos que tive durante a minha formação, mas graças a Deus consegui superar de maneira muito simples. Quando tivesse provas importantes não viajava ou pedia a reitoria ou a coordenação do curso para fazer a prova depois das apresentações, de formas a não me prejudicar.
AR: Fazias muitas cábulas?
D.V: (risos)..Se dissesse que nunca as fiz, estaria a mentir, mas não era totalmente dependente de cábulas. Aprendi a conciliar os estudos com o meu trabalho e a aproveitar todo o tempo de sobra para dedicar aos meus cadernos, de formas a não ficar totalmente dependente da cábula. Quando estivesse em viajem, sempre que pudesse, fechava-me no quarto do hotel para estudar, de formas a estar sempre a par e passo da matéria.
AR: Já foi apanhado alguma vez a fazer cábulas?
DV: Felizmente nunca fui apanhado a cabular, porque como já tivera dito, para mim a cábula era indiferente, logo na maior parte das vezes, ela era desnecessária.
AR: Em algum momento pensou em desistir?
Dv: Há que reconhecer que dificuldades existem, mas eu “nunca” pensei em desistir. Isso porque eu venho de uma família muito pobre e batalhadora. Sempre quis ser alguém que podia trazer algo de bom para família, e com a minha formação ajudar a sair da pobreza. Esta vontade de ser alguém na vida, sempre me deu força de me manter firme nas dificuldades e me tem mantido até agora.
AR: Também acha que o ensino superior é para se ir fazendo?
DV: Sinceramente, eu não concordo com esta teoria e acho-a errada, porque estudar é muito cansativo e bastante dispendioso, logo acho bem melhor ser feita de uma vez. Tudo bem que as vezes dá-se o caso que por diversos motivos as pessoas não a consigam fazer duma vez, nesse caso aceito que me digam que o ensino superior é para se ir fazendo.
A Angorussia teve a informação de que lhe foi roubada a viatura…
DV: Vivo este transtorno até agora. Graças a Deus sofri o assalto depois de acabar a minha formação. Imagino que seria bem mais difícil a minha rotina sem o meu carro nos tempos de aulas.
AR: Quais as suas responsabilidades como recém-formado e figura pública?
DV: Certamente agora como recém-formado as responsabilidades aumentam, uma vez que vou passar a ser visto com outros olhos, mas estou pronto para dar o meu contributo á sociedade e com o apoio de todos, ajudar a construir uma Angola cada vez melhor.
AR: Que palavras de incentivo deixas para os admiradores do trabalho do Costa que ainda não estão na Universidade por medo, ou para aqueles que não conseguem terminar por falta de vontade?
DV: Gostaria de agradecer em primeiro lugar aos meus administradores pela força que me deram nos momentos em que precisei e aconselha-los a irem a luta rumo a conquista dos seus objectivos de forma ordeira, honesta e sem fazer mal aos outros (eu não precisei matar, roubar ou fofocar para vencer e realizar um dos meus sonhos). Não tenham medo de ir a universidade e pensem bem na hora de fazer a escolha do curso para que não haja arrependimentos e depois não dependerem das cábulas para terminar com sucesso (risos). Aos que não conseguem terminar por falta de vontade é melhor desistirem e voltarem quando tiverem vontade. Saiam e deixem lugar para quem tem vontade.
O que diria á Angorussia?
Em primeiro lugar os meus parabéns pelo trabalho e que continuem deste outro lado do oceano, a informar ao mundo as coisas boas que acontecem em Angola. Em segundo eu agradeço pelo interesse sobre mim e a oportunidade de falar sobre a minha vida ao mundo, em especial aos angolanos. Um brande beijo e sucessos é o que desejo para vocês.
AR: Um recadinho para os estudantes:
DV: A cábula é como um cancro que se não for cuidado e erradicado com antecedência, torna-se em algo maligno e complicado de se tratar, sem contar que ao longo da sua vida ela te cobra caro, mais humoristicamente falando, ela é como uma finta quem não finta não marca golo.
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