A Rádio Nacional de Angola que adoptou o dia 5 de Outubro para a celebração do seu aniversário, mesmo não sendo a data em que começou a funcionar, acolheu nesta quinta-feira nas instalações do Clube dos Caçadores, em Luanda, mais uma edição do tradicional “Top dos Mais Queridos”. Mas, desta vez, o concurso marcou a memória de todos com o seu formato de homenagem as vozes femininas do music hall nacional.
Com uma sala recheada de profissionais ligados a cultura, veteranos da Rádio Nacional de Angola juntaram-se para contemplar a gala de homenagem de algumas das responsáveis por parte da audiencia da RNA.
Sob o comando do consagrado radialista Salu Gonçalves, a gala reuniu distintas figuras do mundo da comunicação social e não só, para a entrega de prémios de mérito a aqueles que com seus esforços trabalharam de forma afincada para a cultura nacional.
Nesta senda, Luísa Fançony, uma das figuras mais emblemáticas da comunicação social em Angola (feminino em particular), eleita em 2009 a “Diva da Comunicação” nos prémios “Divas de Angola”, foi mais uma vez homenageada pelos seus esforços e em declarações ao AngoRussia, exprimiu a sensação.
“Sinto-me feliz e satisfeita. Eu penso que na vida quando as pessoas reconhecem o trabalho que se fez porque o acham bem feito, nós temos que nos sentir muito regozijados, e muitos gratos porque enfim trabalhamos minimamente bem”, confessou.
Luísa Fançony não desperdiçou a ocasião para aconselhar a nova camada da comunicação social, a lerem, dedicarem-se e trabalharem, porque a juventude tem muitas dificuldades se trabalha com a língua portuguesa, e normalmente marca sempre um acento “tónico” que muitas vezes pode não ser bem interpretada.
“Nós temos que comunicar, e temos que fazer de uma maneira correcta. Não se trata de pronúncia mas de utilização da língua como deve ser, e para além disto, nós temos que ter mais do que aquilo que o dia-a-dia nos oferece, uma comunicadora ou um jornalista tem que preparar-se”.
A radialista Amélia Mendes, falou sobre a importância das homenagens e considerou que a mesma já deveria ter sido feito antes.
“As homenagens são sempre bem-vindas, e elas devem vir no momento certo. Portanto eu acho que está homenagem poderia ter sido feita a mais tempo, aos colegas que hoje mereceram este reconhecimento. Mas ainda assim acho que, mesmo nesta hora vale sempre começar. Este é o início de uma caminhada que a rádio pretende fazer com os trabalhadores. Estes foram os primeiros, são de uma outra geração ( a primeira), foram os nossos professores os nossos mestres, aqueles que nos receberam na rádio e que com muita humildade conseguiram passar o testemunho para muitos de nós que estamos até hoje. Com certeza que noutros tempos serão homenageados da segunda, terceira..”
Sempre a engrandecer a cultura, o Top dos Mais Queridos, homenageou as mulheres de “garra” do musical angolano, aquelas que muito têm feito para o crescimento da música no país. As homenageadas foram: Ary, Pérola, Noite e Dia, Yola Semedo, Nsoki, Bruna Tatiana, Anna Joyce, Yola Araújo, Celma Ribas, Patrícia Faria e Margaret do Rosário.
O concurso é promovido desde 1982, tendo registado um interregno de oito anos (1992 a 2000) devido ao recrudescimento do conflito armado pós-eleitoral, que terminou em 2002 com a assinatura dos Acordos de Paz, a 4 de Abril.