Prefeitura do Rio de Janeiro e Ministério da Justiça descartam responsabilidades numa nota
A retenção da comitiva que levava o Papa Francisco da Base Aérea do Galeão para o centro do Rio de Janeiro, na segunda-feira, num engarrafamento decorreu de uma escolha do próprio Vaticano, mas o ministro admite «erros».
Segundo a Agência Brasil, a informação foi divulgada numa nota conjunta da prefeitura do Rio de Janeiro e da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, do Ministério da Justiça brasileiro, na noite de segunda-feira.
«A retenção ocorrida na avenida Presidente Vargas decorreu de uma série de fatores, em especial, opções do próprio Vaticano, relativas à visibilidade e ao contacto com os peregrinos, manifestadas pelo Papa», referiu a nota.
Segundo o comunicado, «a velocidade reduzida da comitiva e a janela do veículo aberta são factos que demonstram o perfil do Papa e incentivam a aproximação dos fiéis».
O documento esclareceu que a interdição da via que seria usada pela comitiva papal não estava prevista, já que bloqueios das ruas ocorrerão somente nos locais onde o Papa circular em carro aberto.
Mas, o ministro Gilberto Carvalho admitiu ainda na noite de segunda-feira que o bloqueio do carro foi um erro, porque o veículo deveria ter seguido por outra faixa.
«Houve um erro, não se sabe se do batedor ou da prefeitura ou da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Houve de facto, na pista da Presidente Vargas, era para pegar a outra pista», cita a «Folha de São Paulo».
Durante uma reunião na noite de segunda-feira, na sede do Centro Integrado de Comando e Controle do Rio de Janeiro, as autoridades públicas responsáveis pela segurança e mobilidade do Papa consideraram o dia positivo, uma vez que «não ocorreu qualquer incidente envolvendo o Papa ou qualquer dos fiéis presentes», cita a Lusa.
«Foi uma experiência extraordinária, onde ele conseguiu ver de perto o entusiasmo dos jovens”, disse o porta-voz do Vaticano, de acordo com a «Folha de São Paulo».
Na segunda-feira, Francisco foi recebido por autoridades brasileiras, entre as quais a Presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Guanabara, sede do Governo do Rio de Janeiro.
Cerca de 1.500 pessoas manifestaram-se, na noite de segunda-feira, próximo do Palácio da Guanabara, mas o papa já não se encontrava no local na altura.
A polícia reagiu contra os manifestantes com gás lacrimogéneo e jatos de água, e os confrontos provocaram quatro feridos, tendo sido presas sete pessoas por posse de material explosivo e desacato à autoridade durante a manifestação.
O Papa Francisco preside, a partir desta terça e até domingo, às 28ª Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ) no Rio de Janeiro, onde são esperados cerca de 1,5 milhões de jovens peregrinos de todo o mundo.
Por TVI24