Angola tinha em circulação, em janeiro, notas e moedas no valor de 447.718 milhões de kwanzas (2.500 milhões de euros), uma quebra de 10% no espaço de um mês que também justifica a valorização da moeda nacional no mercado paralelo.
De acordo com dados do Banco Nacional de Angola (BNA), sobre a Base Monetária Ampla do país, entre dezembro e janeiro deixaram de estar em circulação (física) no país 48.661 milhões de kwanzas (mais de 275 milhões de euros).
Por outro lado, há várias semanas que é habitual formarem-se longas filas nas poucas caixas da rede interbancária angolana (multicaixa) com notas disponíveis para levantamento.
“Dei voltas e encontrei quase 10 multicaixas sem dinheiro ou desligadas. Tenho várias pessoas à minha frente, mas vou ter de esperar porque preciso de levantar dinheiro ainda hoje, para pagar as minhas contas”, contou à Lusa Maria João, uma das clientes que fazia fila numa ATM na zona do Kinaxixi, centro de Luanda.
No final de 2015, Angola tinha em circulação 519.588 milhões de kwanzas (euros, à taxa de câmbio atual) e um ano antes 477.975 milhões de kwanzas ( euros, à taxa de câmbio atual).
Um dos efeitos mais visíveis da descida de notas e moedas em circulação em janeiro, conforme a Lusa constatou numa ronda pelas ruas de Luanda, é a subida do valor do kwanza, travando a valorização do dólar norte-americano no mercado paralelo.
“Não há kwanza para trocar, não há negócio”, explicavam hoje à Lusa as ‘kinguilas’ de Luanda, como são conhecidas as mulheres que se dedicam à compra e venda de divisas, atividade ilegal, mas também a única solução para quem tenta, sem sucesso, aceder a divisas nos bancos.
Depois de máximos de 500 kwanzas (2,85 euros) por cada dólar, nos primeiros dias do ano, comprar a nota norte-americana desce entretanto 22%, para menos de 390 kwanzas (2,20 euros).