Funcionários Públicos angolanos sofrem corte nas viagens ao estrangeiro


As participações dos funcionários públicos angolanos em congressos no estrangeiro vão ser “racionalizadas” no próximo ano, um das medidas de contenção que o Governo prevê na proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE).

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O relatório de fundamentação do próximo OGE de 2016, documento com apreciação e votação na generalidade na Assembleia Nacional agendada para terça-feira, confirma a manutenção do cinto da austeridade nas contas públicas angolanas, devido à crise da cotação do petróleo, prevendo um novo défice público de 781 mil milhões de kwanzas (5,3 mil milhões de euros).

Na origem dos défices de 2015 (4,2%) e 2016 (5,5%) está a crise da cotação do petróleo no mercado internacional, em quebra há mais de um ano, o que fez as receitas angolanas com a exportação de crude a caírem para metade.

“Racionalizar as participações dos funcionários públicos e das empresas do setor empresarial público em cursos, congressos, seminários e eventos afins, no exterior do país”, refere o relatório de fundamentação do OGE para 2016, sobre cortes do lado da despesa pública.

Na mesma linha, o Governo refere que será dada “continuidade ao processo de otimização das subvenções ao preço dos combustíveis, da energia, água e transporte coletivo urbano”, avançando para tal com a “revisão das respetivas tarifas” nas ligações ferroviárias, marítimas e terrestres.

O Governo quer ainda que os “grandes consumidores institucionais” da administração central e local, mas também do setor empresarial público, e órgão de defesa e segurança, deem prioridade à aquisição de bens de produção nacional, para reduzir as importações.

A crise económica e financeira em Angola, decorrente da quebra da cotação do petróleo no mercado internacional, tem provocado igualmente uma crise cambial, devido à diminuição de entrada de divisas no país.

Por esse motivo, o Governo quer assegurar que o acesso às divisas seja garantido às “empresas importadoras de equipamentos e matérias-primas” que no circuito de produção nacional representem a “criação de valor acrescentado, em relação àquelas empresas importadoras de produtos para o consumo corrente”, mas “com a exceção da importação de produtos essenciais para a sociedade”.

Orçado em 6,429 biliões de kwanzas (43,7 mil milhões de euros), o OGE para o próximo ano prevê um crescimento Produto Interno Bruto (PIB) de 3,3%, metade do estimado em março para 2015.

Ainda segundo o documento, e excluindo empréstimos e serviço da dívida, o Estado prevê gastar no próximo ano 4,295 biliões de kwanzas (29,1 mil milhões de euros), e cobrar apenas 3,514 biliões de kwanzas (23,8 mil milhões de euros).

AR/Lusa


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