Angola LNG só deverá retomar produção no final deste ano


Director-geral da Total Angola diz que “muitas pessoas estão a fazer tudo” para que projecto possa prosseguir. Baixa dos preços do petróleo e a operação de campos marginais devem levar à revisão de incentivos e fiscalidade.

LNG

O projecto do Angola LNG, no Soyo, apenas deverá retomar as operações no final deste ano, revelou o director-geral da Total Angola. Segundo Jean-Michel Lavergne, que falava num almoço com jornalistas, no final da semana passada, em Luanda, nesta altura estão “muitas pessoas seguramente a fazer tudo” para que a unidade de liquefacção de gás volte a funcionar, depois da interrupção nas operações, anunciada em Maio de 2014.

“Está previsto que recomece a funcionar no final do ano”, disse o gestor da empresa, que detém 13,6% do projecto e é, também, um dos fornecedores de gás da unidade, oriundo da produção no Bloco 17, de que a Total Angola é operadora.

A empresa, afirmou Jean-Michel Lavergne, também tem alguns trabalhadores destacados no local. Segundo o director-geral, o projecto é “complexo”, nomeadamente porque integra o tratamento de gás de diversas origens.

O projecto Angola LNG é o maior investimento de sempre realizado em Angola, cerca 10 mil milhões USD. A fábrica tem capacidade instalada para produzir 5,2 milhões de toneladas por ano e armazenar 360.000 m3 gás natural liquefeito.

Angola fez a sua primeira exportação de gás natural em Junho de 2013, para o Brasil, mas a operação foi suspensa depois de, em Abril do ano passado, se ter registado uma fuga de gás numa conduta. A situação, recorde-se, poderia ter assumido maior gravidade caso tivesse havido uma fonte de ignição no local.

O projecto é liderado pela Chevron (36,4%), tendo a estatal Sonangol a segunda maior participação (22,8%). A francesa Total, a britânica BP e a italiana Eni detêm, cada uma, 13,6%. A paragem deveria durar até ao final do primeiro semestre deste ano e, nesse cenário, geraria perdas de facturação de 264 mil milhões Kz (2,7 mil milhões USD), segundo contas do Expansão reveladas em Agosto de 2014.

A central de produção de gás natural super-refrigerado está a perder o equivalente a 183.380 barris de petróleo/dia – a produção prevista em velocidade de cruzeiro.

AR/ Expansão


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