A Ministra das Finanças, Vera Daves, afirmou durante as Reuniões de Primavera 2024 do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, em Washington, que o preço dos combustíveis “certamente irá aumentar”, embora sem certeza sobre o momento em que haverá mais retirada de subvenções.
Ao longo da entrevista, Vera Daves afirmou que nunca tinha dito que não haveria aumento e sim que se ponderava o melhor momento disso acontecer.
“Eu nunca disse que não haveria (aumento). O que eu disse é que nós estávamos continuamente a ponderar o melhor momento disso acontecer. E porque é que digo isso? Digo isso por causa da inflação. Certamente (vai haver aumento), quando, é que ainda não decidimos”, afirmou a ministra.
A Ministra, explicou ainda que os combustíveis são actualmente subvencionados e foi tomada a decisão política de gradualmente ir removendo essa subvenção, frisando que é disso que se trata. Garantiu também, porém, que o Governo não mexerá na subvenção do gás de cozinha e do petróleo iluminante, produtos que pretende manter “protegidos”.
“O que falta decidir, e continuamos a dialogar e aprofundar essa reflexão, é a cadência e os produtos, sendo certo — e essa decisão também já foi tomada que não pretendemos mexer na subvenção do gás de cozinha e do petróleo iluminante, de modo que esses são produtos que queremos manter protegidos”, declarou. “Os produtos relativamente aos quais queremos retirar a subvenção são a gasolina e o gasóleo. A gasolina já fizemos um primeiro movimento. Obviamente que há coisas que correram menos bem e tiramos as lições e queremos calibrar, mas relativamente às medidas de mitigação”, acrescentou a ministra à Lusa.
O executivo estuda agora qual será o próximo movimento, em que produto e que medida de mitigação viria acoplada ao próximo movimento.
O processo de retirar os subsídios estatais aos combustíveis teve início em 2023 e prosseguiu em março deste ano, com a retirada de isenções a taxistas, apesar das críticas e reivindicações sobre a realidade social e económica das famílias, que se queixam da subida diária dos bens da cesta básica.
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