Ana Hebo, de 32 anos, mãe de quatro filhos, é acusada de abandonar a filha, Ludmila Nzage, actualmente com 6 anos, em plena rua, no Bairro Marçal, em Lunda, para agradar o marido.
De acordo ao Jornal de Angola, em Outubro do ano passado, por motivos passionais, a mulher abandonou a própria filha. Tudo começou após Ana separar-se do ex-marido, com quem esteve durante 13 anos, e foi viver sozinha com as três filhas, e apesar das desconfianças, o amor de Victor (pai das crianças) que ficava uma semana no serviço, em sistema alternativo, prevaleceu, ao ponto de pretender voltar com a ex-esposa, que não aceitou.
Com o passar dos anos, Ana Nzage decidiu arranjar um novo companheiro, um mecânico, com quem tem actualmente um filho. No início do namoro, contou ao parceiro que tinha dois filhos e não três. Para justificar a mentira, disse que a menina, de nome Ludmila Nzage “Mãezinha”, era filha da irmã.
O companheiro não aceitava a presença da criança em casa, a obrigou a devolver à irmã. Supostamente sem saber o que fazer, Ana Nzage disse que pensou em várias soluções. Porém, optou por aquela que parecia mais fácil, o abandono.
Em Outubro do ano passado, para agradar o companheiro, preparou a filha e a levou até ao Bairro Marçal, onde a deixou em plena via pública.
“Menti para ela que estava a ir numa cantina comprar bolachas. Depois fugi”, disse.
O acto ficou no mais absoluto sigilo. A mulher não disse nada ao companheiro ou aos familiares mais próximos.
O ex-marido descobriu o teria acontecido, após ficar preocupado com a idade escolar da filha e procurou o irmão da ex-mulher, Luís Hebo, com vontade de colocar a criança na escola. E deslocou-se até à casa onde a irmã vivia, no bairro da Nocal, para falar sobre as pretensões do pai de Ludmila.
Questionada, Ana alegou que a menina estava em casa de um familiar. Após pressionada, acabou por confessar ao irmão que abandonou a criança na rua, sozinha e sem paradeiro. Irritado, este explicou o sucedido ao pai da criança e foi até ao Comando Municipal do Cazenga, da Polícia Nacional, fazer uma participação criminal contra a irmã, por abandono de menor.
Ao descobrir a verdade por detrás do desaparecimento da criança, e sem perceber as motivações de Ana Hebo, o pai e o tio procuram a todo o custo, encontrar a menina abandonada há meses.
Ana Hebo está, desde ontem, 19 de Setembro, detida no Comando Municipal do Cazenga, da Polícia Nacional.
O porta-voz do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda, superintendente Fernando de Carvalho, disse que Ana Hebo será entregue ao Ministério Público. O responsável adiantou ainda que uma fotografia, com o rosto da menina desaparecida, vai ser colocada a circular para tentar identificar o seu actual paradeiro.
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