Paulo Murias e Enólogo Mário Andrade lançam primeiro vinho do Namibe ‘Vale do Bero’


Num evento dedicado a distribuidores, amantes e conhecedores de vinho, foi oficialmente apresentado ao público e degustado o vinho ‘Vale do Bero’, com ADN nacional, produzido no Namibe, após 8 anos de desenvolvimento da vinha, nesta segunda-feira, 21 de Fevereiro, no Yacht Club Luanda-Marina Baía.

O ‘Vale do Bero’ nasceu de um processo de exploração na Fazenda Cruz, propriedade da Família Malheiro Múrias, sob a chancela e responsabilidade do reconhecimento do enólogo português Mário Andrade e com o selo de qualidade do Chef Helt Araújo. O processo de produção de vinho tem sido refinado, nos últimos 4 anos de forma a encontrar a fórmula ideal para apresentar um produto à altura de qualquer vinho internacional, sendo que após sucessivas viagens a Angola, e muitos estudos, o Enólogo Mário Andrade e a Família Malheiro Múrias, com destaque para os seus filhos que acompanharam e geriram todo o processo de estruturação da vinha e definição de processo assim como a operação e gestão, provaram e aprovaram o produto final.

O processo de produção do referido vinho que chega em breve às prateleiras do Canal Horeca nacional, teve início em 2004 quando a família Malheiro Mu rias faz uma aquisição de 14 000 mudas de oliveira, oriundas da zona de Cape Town, na África do Sul, iniciando a exploração de uma área de cerca de 20 hectares que não prosperou, apesar de um investimento robusto e do aconselhamento de especialistas.

Há cerca de 8 anos, e após uma reflexão sobre o passado produtivo da região, o produtor decidiu avançar para um projecto de produção de vinho, contratando uma equipa de especialistas da África do Sul, para implementação das infraestruturas necessárias, e contratando ainda uma equipa de técnicos portugueses, encarregues da aquisição de cepas e para o acompanhamento dos aspectos ligados à viticultura. No total, um investimento de cerca de 5 milhões de dólares, que dá agora origem a uma primeira colheita com tiragem de 50.000 garrafas de Vale do Bero.

A selecção recaiu sobre castas portuguesas, atendendo a que as preferências da população angolana vão para o consumo de vinhos de origem portuguesa. Foram propostas e aceites as castas Aragonês, Sousão, Touriga Nacional e Touriga Franca.

Vale do Bero é um vinho com ADN angolano e que está rodeado de empresas nacionais para a o seu esperado sucesso. O grupo MultiAfrica é o distribuidor oficial e exclusivo do produto, assim como a Vidrul criou um sistema de produção de garrafas apropriadas para o vinho e conquista assim a produção da primeira garrafa de vinho 100% nacional, seguindo os padrões de referência internacional.

“Este momento é sem dúvida de imenso  orgulho para todos nós, pela dimensão do desafio, mas sobretudo pela árdua conquista deste marco: produzir um vinho genuíno com ADN angolano, que conta no seu processo com o esforço e empenho de uma equipa de trabalho local, que não nos cansamos de enaltecer, sob a supervisão e acompanhamento do Engenheiro Mário Andrade”, afirmou o produtor Paulo Murias.

O vinho integrou todos os elementos que constituem o terroir do Vale do Bero, Môçamedes, Namibe, e pela sua singular envolvência constituída pelo deserto, mar e corrente fria de Benguela, resultando num vinho de qualidade com uma estrutura regional própria.

O Vale do Bero está alinhado com a visão do Chef Helt Araújo no que diz respeito à ideia de pesquisa e preservação de tradições, potenciando “os nossos produtos, as nossas coisas” e sobretudo empoderando a comunidade local, criando postos de trabalho e projectos sustentáveis que respeitam as nossas origens.

“O nosso principal objectivo é dar a conhecer e a provar aos Angolanos o fruto destes anos de trabalho, dedicação e resiliência, pois acreditamos que é possível desenvolver localmente produtos de referência, utilizando equipas locais e ferramentas adaptadas às nossas reais necessidades. O Vale do Bero é um vinho tinto repleto de personalidade e identidade, que queremos orgulhosamente dar a conhecer a todo o mercado, nacional e internacional”, disse Paulo Murias.

O enólogo Mário Andrade, fez saber que os vinhos serão comercializados inicialmente nas províncias de Namibe e Luanda, mas que pretendem expandir a comercialização do produto para todas as províncias do país em Março do corrente ano.

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