O dia-dia da mulher zungueira, Quitandeira e Vendedora ambulante


Vendedoras ambulantes, Zungueiras e quitandeiras apontam fiscais, polícias e alteração dos preços no mercado formal como sua maior dificuldade e se sentem excluídas da sociedade.

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Nem mesmo a chuva consegue impedir que estas mulheres quitandeiras deixem de ir as ruas para procurar o seu pão de cada dia. “ é só uma chuva ou um sereno, e preferimos nos molhar todos os dias do que sermos corridas e maltratadas pelos fiscais”, afirmaram as zungueiras em entrevista ao AR.

Assim é e sempre foi o Março mulher de muitas zungueiras. Estas Mulheres que circulam diariamente pelas ruas para vender produtos, única fonte de subsistência de suas famílias.

As quitandeiras declararam que os mercados já estão todos cheios, por isso, optam por vender nas ruas, nas estradas correndo o risco de vida, pois adquire-se o dinheiro de forma mais facilitada.

A nossa equipa de reportagem deslocou-se ao mercado dos Congolenses e S.Paulo e conversou com algumas das mulheres que fazem da rua a fonte de sustento de suas famílias. Domingas Ramos contou a nossa repórter que os agentes da fiscalização e da polícia nacional, têm dificultado muito os seus trabalhos e que lhes fazem muito mal.

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“ Os fiscais nos dão corrida, destroem as nossas bancadas e apoderam-se dos nossos negócios, não sei se vão vender ou se comem, lamentaram.

Marta João outra zungueira, disse a nossa reportagem que o marido é desempregado, tem 6 filhos para cuidar e que não vê outra maneira de sustentá-los se não a vender nas ruas, pois segundo ela não tem dinheiro para comprar lugar no mercado formal. Marta acrescenta que as vezes não vende mais do que 1.000 kz por dia e que por este motivo, a venda de lugares nos mercados formais não deveria ser tão cara ou simplesmente gratuita.

“As mulheres que ficam a vender na rua não têm dinheiro para comprar lugar no mercado formal, eles cobram muito caro e as vezes nem chegamos a ganhar este dinheiro” disse.

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Outra situação que preocupa as vendedoras tem a ver com as condições que alguns mercados apresentam e a falta de espaço.

“ Já me receberam o negócio várias vezes, quando dá para fugir eu fujo, mas se não der perco o negócio e começo de novo”, disse Domingas Ramos, vendedora do mercado dos Congolenses acrescentando ainda que em alguns mercados não há condições nem espaço para vender.

zungueira violencia

As mulheres vendedoras disseram ao AR que gostariam que fossem mais valorizadas, que têm muita importância na sociedade e que as pessoas têm de levar em conta que nem todos tem tempo de ir ao mercado e preferem partir para o imediatismo comprando na via pública.

“As mulheres que ficam a vender não têm dinheiro para comprar lugar no mercado formal. Há mercados que ficam muito distantes e as pessoas não aparecem, vendemos pouco, por isso preferimos vender na rua” concluíram.

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Assim é e sempre foi o Março mulher das zungueiras que circulam diariamente pelas ruas para vender produtos, única fonte de subsistência de suas famílias.

Porquê entidades especiais ou particulares e não elas? Todas merecem porque no fundo são mulheres batalhadoras, são mães, amigas e também contribuem para o progresso do país.


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