Banda Versáteis regressa ao mercado discográfico sem a família Alexandre


Após sete anos em jejum, a banda musical Versáteis está de regresso com disco novo. Chama-se “As Nossas Quetas” e tem como ausência duas referentes vozes da banda: o grave João Alexandre e a soprano Toya Alexandre. O grupo realizou neste domingo, no Parque da Independência, em Luanda, a primeira sessão de vendas e autógrafos do disco.

 Banda Versáteis

Para Os Versáteis, o dia hoje começou literalmente a meia-noite. Foi a essa hora que os contactos entre os oito membros da banda e o seu grupo de apoio tiveram início, tudo em torno dos pormenores que envolveram o lançamento do disco. Embora os preparativos para a apresentação, habitualmente seguida de sessão de venda e autógrafo, tenham começado há cerca de dois meses, a expectativa em torno era visivelmente grande, afinal há sete anos que o grupo ausentou-se daquele espaço que aos poucos vem se tornando um emblema da actividade musical angolana.

O local foi adornado de vermelho e branco, longe das cores da capa do disco: amarelo envolto a cinzas. Quatro tendas foram montadas no local como sinónimo de precaução, pois, no céu, chuva e sol disputavam soberania num céu acinzentado de domingo.

Perfilados, esferográficas em punho, discos arrumados (oito mil no total); tudo a postos para “despachar” o trabalho. Um ano e seis meses de intensa dedicação – entre composições, arranjos, estúdios, anúncios publicitários e, claro, investimento financeiro – resumia-se, por enquanto, naquele momento. Até parecia simples, mas não. O que era, até certa altura, singelas demonstração de simpatia e um assinar de autógrafo a um, dois ou três fãs, tornou-se rapidamente num exercício contínuo e que exigia uma certa habilidade e rapidez, pois o fluxo de interessados pelo disco aumentou sobremaneira: fez-se filas… e longas. Houve até quem não aguentou o emaranhado de gente e foi-se embora.

As expectativas de quem queria estar de perto com o grupo, falar alguma coisa, fazer fotos e ganhar um autógrafo aumentava a cada minuto. “Mas isso não avança?!”, questionavam os mais impacientes. Nos primeiros lugares das quatro filas já se apercebia da ausência de duas referências do grupo: João e Toya Alexandre. Pelo que a equipa de reportagem da Angop apercebeu-se, os dois abdicaram-se do grupo há mais de três anos por razões que no momento não foram apuradas. Detentor de uma voz invejável, João Alexandre foi por muitos anos o rosto da banda. Ele e a Toya assinaram juntos os principais sucessos dos Versáteis: “Casamento”, “Suze” e “Thangidi Mu Mesu Maku”

 Já em 1998, dois anos após fundação da banda (1996), Os Versáteis já sofreram sangria. A dupla Madame Jepel e Vovô fizeram-se casal e partiram para Holanda, berço de artistas jovens cabo-verdianos, cujos sucessos fustigava o mercado lusófono e invejava boa parte dos músicos desta comunidade linguística. Naquela altura, os dois sonharam com o sucesso por aquelas bandas. Chegaram até a gravar um CD naquela altura, porém, de lá para cá já não se viu rastos do casal.

Nesta nova etapa, o grupo conta com os músicos Sissa Mota (vocalista), Pedro Mota (guitarra baixo), Paulo Manssini (guitarra ritmo), Nono Catete (guitarra solo e vocalista), Chiquilson (percussionista) Pety Dudu (baterista), Kayeye Bento (teclados), Linda Chilongo (vocalista e corista) e Catuta (técnico de som).

Segundo o director artístico da banda, Pedrito, este disco inclui uma rapsódia em homenagem a Dom Caetano, Rui Mingas e Dina Santos, “pelo contributo prestado em prol da divulgação e preservação da música popular e urbana angolana”.

“É um disco com várias tendências, com estilos modernos, mas que privilegia sempre as nossas tradições. Continuamos a privilegiar o semba, cabecinha, kizomba e zouk”, argumentou.

Violência doméstica, tradições e comportamentos são temas abordados neste CD da banda, o quarto gravado nestes 18 anos de muitos desafios. Companheiros que se foram embora, meninos que se fizeram homens, decepções e vitórias. Temas que ao fundo poderão, futuramente, constituir-se em trilha sonora da vida dos angolanos.

Por:Angop


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