BAI vai deixar de receber dólares a partir de segunda-feira


O Banco Angolano de Investimentos (BAI), o maior banco privado em Angola, está a restringir o levantamento de dólares e antevê não ter mais notas para entregar a partir de segunda-feira, noticiou a agência Bloomberg.

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De acordo com uma fonte não identificada, os clientes do BAI estão impedidos de levantar mais do que 2 mil dólares por semana, e deverão enfrentar uma ausência de notas da moeda norte-americana a partir de segunda-feira, dia 30.

O banco não comentou oficialmente esta informação, mas de acordo com o Banco Rand Merchant, uma unidade do sul-africano FirstRand, o fornecimento de dólares a bancos angolanos será descontinuado a partir da próxima segunda-feira porque o banco norte-americano que fornece os dólares avisou no final de outubro que deixará de entregar notas até ao final do mês, sem apresentar o motivo para esta alteração.

Os clientes do Banco Fomento Angola, por seu lado, são obrigados a converter o valor que querem levantar em dólares em kwanzas à taxa oficial, confirmou um funcionário do banco, que pediu para não ser identificado.

Os angolanos que viajam para o estrangeiro devem usar cartões de crédito, de débito e cartões pré-pagos, recomenda o Banco Nacional de Angola na sua página da internet, avisando também sobre “a continuada redução na entrega de notas bancárias” e recomendando ainda que comprem a moeda do país para onde viajam, e não dólares.

A injeção de divisas nos bancos comerciais angolanos aumentou quase 60% na última semana, para 332,7 milhões de dólares, sobretudo para garantir as operações do setor petrolífero, informou na quarta-feira o Banco Nacional de Angola (BNA).

A informação consta do relatório semanal do banco central angolano sobre a evolução dos mercados monetário e cambial, ao qual a Lusa teve acesso, relativamente à venda de divisas entre 16 e 20 novembro, realizada a uma taxa interbancária média de 135,984 kwanzas (94 cêntimos de euro), inalterada há mais de um mês.

Neste período, o BNA vendeu 332,7 milhões de dólares de divisas, valor que compara com os 209,1 milhões de dólares  injetados na semana anterior, um aumento de 59,1%, limitado às necessidades mais urgentes do sistema bancário e que obrigam a autorização do banco central.

“Este volume de divisas destinou-se fundamentalmente à cobertura de operações de natureza prioritária”, refere o BNA, na mesma informação, tal como vem sucedendo nas últimas semanas.

Angola enfrenta uma crise financeira e económica, face à redução de receitas fiscais com o petróleo, e por consequência cambial, devido à redução da entrada de divisas no país, necessárias para garantir as importações de máquinas, matéria-prima e alimentos.

A generalidade dos bancos angolanos limitou, entretanto, a venda de divisas a clientes a um máximo de 1.000 dólares por semana.

AR/Lusa


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